domingo, 29 de março de 2009

A Bunda

Estava passeando por Indaial numa noite quente. Eu flutuava sobre a ponte, estava iluminada como nunca havia visto antes. Uma mulher morena atravessou-me ao meio. É costumeiro para mim, todos me atravessam. A mulher não me era costumeira.Era gorda, tinha lábios densos, uma pele branca e sua face se iluminou naquela ponte, era linda. Segui-a até sua casa. Que bunda! Malditos anos de imaginação não me permitiam imaginar com que comparar aquela imensa e grande bunda, gorda. Fiquei extremamente curioso. Queria saber quantos celulites continham naquela carne que se movia, era maior que eu. Pobre Mezanzo de pinto pequeno! É assim que minha amiga imaginária pensa de mim. Não liguei para pensamentos tristonhos e a segui. Não era a sua casa, era casa de sua tia. A bunda da tia era indiferente. Fiquei sentado no sofá e ela veio e se apossou de mim, magnífico. Senti cada volta arredondada de suas gorduras, estava quente, maravilhoso. Queria aquela mulher pra mim! O que fazer? Ela vai embora, e agora? Meu poder de feiticeiro pôs-se em ação: Inseri-me em sua mente, desnorteei seus pensamentos, descobri que faria faculdade de História. Não! Quanta sorte a minha! Minha amiga imaginária (dizem que eles é que são reais, os humanos, será que é verdade?) também faria História. Kary estava mesmo pensando em Psicologia até um mês antes, então optou por História. Parece que o motivo era dinheiro. Dinheiro? O que é isso que tanto essas pessoas falam? Deve ser semente de suas imaginações também, assim como o trabalho. O dinheiro conduziu a necessidade de Kary, que me conduziu até ela. Graças ao dinheiro, a minha bunda está lá, de segunda à sexta! Bobos eles que pensam que fico ao lado direito dos ombros de Kary, prefiro um lugar mais quente.

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